De acordo com o Ministério da Saúde, pelo menos 12 Estados e o Distrito Federal já atingiram níveis epidêmicos de dengue neste ano. A informação é baseada no mais recente boletim epidemiológico do órgão. A coleta de dados sobre a doença foi realizada entre janeiro e primeira quinzena de abril.
Segundo o Ministério, a epidemia se instaurou com duas semanas de antecedência em comparação com o ano passado. Hoje, a taxa de incidência da doença ultrapassou esse nível na 13ª semana epidemiológica. Em 2015, isso ocorreu na 15ª semana.
Integram a lista dos estados com surto da doença: Acre, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Norte, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rondônia, Tocantins e o Distrito Federal.
Em risco – O Estado de São Paulo, na listagem do Ministério da Saúde está a poucos casos de entrar em situação de surto, embora, se comparado ao índice atingido no passado no mesmo período, registra menor número, ou seja: neste ano (2016), já foram registrados 126,4 mil casos e taxa de incidência de 284,9 casos por 100 mil pessoas. Em 2015, no mesmo período (janeiro-abril) foram registrados 433 mil notificações da doença e índice de 977 casos por 100 mil habitantes, quando o Estado viveu a pior epidemia de dengue da sua história.
A Baixada Santista não está em posição confortável com relação à dengue. A região com seus nove municípios: Bertioga, Cubatão, Guarujá, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande, São Vicente e Santos, enfrenta esse período propício à ação do Aedes aegypti com preocupação, a exemplo de outros municípios do Estado de São Paulo, porque prontos socorros e clínicas particulares continuam apresentando alto índice de procura, além de internações nos hospitais. Por esta razão todo o cuidado é pouco para não sermos mais um número nas estatísticas.
Dengue e os sintomas – Primeiro passo para evitarmos integrar o rol dos que se tornaram vítimas do Aedes Aegypti, mosquito transmissor da dengue, é não darmos chances a que ele se instale por perto e para isso é preciso eliminar todos os criadouros (veja matéria publicada dia 1º neste site).
A dengue, doença infecciosa causada por um vírus é transmitida, através do mosquito Aedes aegypti, também infectado pelo vírus, já se tornou um dos principais problemas de saúde pública no mundo. Existem quatro tipos de dengue: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4.
A doença se apresenta ou se manifesta de quatro formas: Infecção Inaparente, Dengue Clássica, Febre Hemorrágica da Dengue e Síndrome de Choque da Dengue. Dentre as que representam os tipos mencionados, destaque para a Dengue Clássica e a Febre Hemorrágica da Dengue. O vírus tipo 4 (Síndrome de Choque da Dengue) não era registrado no Brasil desde 1987, mas em 2010 foi notificado em alguns estados, como o Amazonas e Roraima.
Infecção Inaparente – É quando a pessoa está infectada pelo vírus, mas não apresenta nenhum sintoma. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a grande maioria das infecções da dengue não apresenta sintomas. Acredita-se que de cada dez pessoas infectadas apenas uma ou duas ficam doentes.
Dengue Clássica – A Dengue Clássica é uma forma mais leve da doença e semelhante à gripe. Geralmente, inicia de uma hora para outra e dura entre 5 a 7 dias. A pessoa infectada tem febre alta (39° a 40°C), dores de cabeça, cansaço, dor muscular e nas articulações, indisposição, enjôos, vômitos, manchas vermelhas na pele, dor abdominal (principalmente em crianças), entre outros sintomas que duram até uma semana. Após este período, a pessoa pode continuar sentindo cansaço e indisposição.
Dengue Hemorrágica – Essa forma de dengue sanguínea acontece quando a pessoa infectada com a doença sofre alterações na coagulação sanguínea. No geral, a dengue hemorrágica é mais comum quando a pessoa está sendo infectada pela segunda ou terceira vez. Os sintomas iniciais são parecidos com os da dengue clássica, e somente após o terceiro ou quarto dia surgem hemorragias causadas pelo sangramento de pequenos vasos da pele e outros órgãos. Na dengue hemorrágica, ocorre uma queda na pressão arterial do paciente, podendo gerar tonturas e quedas.
Síndrome de Choque da Dengue – Este tipo da doença é o mais sério e se caracteriza por uma grande queda ou ausência de pressão arterial. A pessoa acometida pela doença apresenta pulso quase imperceptível, inquietação, palidez e perda de consciência. Neste tipo de apresentação da dengue, há registros de várias complicações, como alterações neurológicas, problemas cardiorrespiratórios, insuficiência hepática, hemorragia digestiva e derrame pleural. Entre as principais manifestações neurológicas, destacam-se: delírio, sonolência, depressão, coma, irritabilidade extrema, psicose, demência, amnésia, paralisias e sinais de meningite. Se a doença não for tratada com rapidez, pode levar à morte.
Lembrem-se, a dengue não é transmitida de pessoa para pessoa e sim pelo mosquito que, após um período de 10 a 14 dias contados depois de picar alguém contaminado, pode transportar o vírus da dengue durante toda a sua vida, assim, o melhor é evitar sua proliferação. Como o mosquito e suas larvas se criam em água parada, evitemos esses focos de reprodução. E não esqueça, a fêmea do Aedes aegypti também transmite as febres chikungunya e Zika.
Relembremos os principais sinais da doença:
1 – Febre alta com início súbito (39° a 40°C)
2 – Forte dor de cabeça
3 – Dor atrás dos olhos, que piora com o movimento dos mesmos
4 – Perda do paladar e apetite
5 – Manchas e erupções na pele semelhantes ao sarampo, principalmente no tórax e membros superiores.
6 – Náuseas e vômitos
7 – Tontura
8 – Extremo cansaço
9 – Moleza e dor no corpo
10 – Muitas dores nos ossos e articulações
11 – Dor abdominal (principalmente em crianças).
Os sintomas da dengue hemorrágica são os mesmos da dengue clássica. A diferença é que a febre diminui ou cessa após o terceiro ou quarto dia da doença e surgem hemorragias em função do sangramento de pequenos vasos na pele e nos órgãos internos. Quando acaba a febre começam a surgir os sinais de alerta:
1 – Dores abdominais fortes e contínuas
2 – Vômitos persistentes
3 – Pele pálida, fria e úmida
4 – Sangramento pelo nariz, boca e gengivas
5 – Manchas vermelhas na pele
6 – Comportamento variando de sonolência à agitação
7 – Confusão mental
8 – Sede excessiva e boca seca
9 – Dificuldade respiratória
10 – Queda da pressão arterial.
Na dengue hemorrágica, o quadro clínico se agrava rapidamente, apresentando sinais de insuficiência circulatória. A baixa circulação sanguínea pode levar a pessoa a um estado de choque. Embora a maioria dos pacientes com dengue não desenvolva choque, a presença de certos sinais alerta para esse quadro:
1 – Dor abdominal persistente e muito forte
2 – Mudança de temperatura do corpo e suor excessivo
3 – Comportamento variando de sonolência à agitação
4 – Pulso rápido e fraco
5 – Palidez
6 – Perda de consciência.
A Síndrome de Choque da Dengue, quando não tratada, pode levar a pessoa à morte em até 24 horas. De acordo com estatísticas do Ministério da Saúde, cerca de 5% das pessoas com dengue hemorrágica morrem.
Tratamento – Não existe tratamento específico contra o vírus da dengue, é possível tratar os sintomas decorrentes da doença, ou seja, fazer um tratamento sintomático. Aos sintomas da doença procure o médico. Recomendação médica: “é importante tomar muito líquido para evitar a desidratação”.
(Fontes: Organização Mundial da Saúde e Ministério da Saúde)