A alimentação adequada é um dos fatores que auxíliam na recuperação de pacientes das mais diferentes patologias, e no ambiente hospitalar se torna priomordial como explica a nutricionista Wilzelaine Ramos da Silva Gerin (fotos), do Serviço de Nutrição da Beneficência Portuguesa.
“Todas as pessoas chegam ao hospital com uma patologia, cuja dieta recomendada pelo médico tem que ser seguida à risca, pois o objetivo é colaborar para a evolução clínica do paciente. A comida preparada de acordo com a dieta apontada pelo médico, geralmente contendo algumas restrições alimentares, dependendo da enfermidade apresentada, faz parte do tratamento. A equipe do Serviço de Nutrição trabalha em conjunto com a equipe médica para atender as necessidades nutricionais de cada um dos pacientes”.
Uma das reclamações mais comuns dos pacientes com relação a alimentação em hospital é que a comida não tem gosto, é insossa (sem sal). “ Não é que a comida não tem gosto. Ela tem sim. O que ocorre é que a restrição, especialmente do sal e alguns temperos, se diferencia totalmente da alimentação que as pessoas têm em casa ou na rua. Cada paciente tem uma dieta específica e são preparadas com temperos naturais ao invés de produtos industrializados, para facilitar a digestão. A comida industrializada é prejudicial em todos os sentidos por isso, quando o paciente se depara com a alimentação em hospital acha diferente, insossa. Ocorre que ela é saudável e necessária para melhor responder ao tratamento clínico”, explica Wilzelaine.
As dietas são prescritas de acordo com a patologia do paciente, podendo ser dieta regular, também chamada de normal (aquela que embora tenha restrições são elaboradas para satisfazer o paciente, cujas necessidades não estão relacionadas à doença ou lesão); dieta branda, na qual tudo é cozido ou assado; dietas restritivas, aquelas que abrangem uma variedade de dietas especiais que limitam a quantidade de calorias, gordura, sal e outras substâncias com base nas necessidades médicas do paciente; dietas líquidas e pastosas e dietas terapêuticas, aquelas que incluem a modificação de ingestão de calorias de acordo com a necessidade do paciente e ainda a dieta enteral (via sonda)
A nutricionista explica que o cardápio hospitalar deve levar em consideração também a variedade de alimentos, os hábitos alimentares dos pacientes, sua necessidade nutricional e calórica.
Orientação – Segundo a nutricionista é muito comum parente ou acompanhante de paciente buscar junto ao Serviço de Nutrição orientação de como preparar a alimentação em casa, após a alta. “Quando recebe alta o paciente e/ou acompanhante recebe informações sobre a dieta a ser seguida; o que pode ou não comer e um cardápio com medidas e substituição de alimentos para orientar a pessoa que cuidará do paciente em casa. O Serviço de Nutrição e Dietética é tão importante no ambiente hospitalar que o item DIETA é o primeiro na prescrição médica”
Para Wilzelaine Gerin, supervisora do Serviço de Nutrição e Dietética da Beneficência, nutrição é a base de tudo porque sem alimento não conseguimos viver e alerta: “ O alimento feito para nutrir, pode também prejudicar se for usado de forma indevida. Para ajudar na recuperação de pacientes e na vida saudável de todos, há que se promover a escolha dos alimentos levando em consideração qualidade e quantidade”.