Aos vinte e sete dias do mês de Novembro de mil oitocentos e oitenta e quatro nesta cidade de Santos honraram S.S.AA Imperiais com Suas Augustas Presenças o Hospital da Sociedade Portuguesa de Beneficencia. Para comemoração de tão grata visita mandou a Directoria da mesma Sociedade lavrar este auto que S.S.AA se dignaram assignar com as pessoas presentes. (sic)
O rol de assinaturas começa com a da Princesa Isabel, seguida da assinatura de seu marido, o Conde D’Eu (Luís Gastão de Orleans) e de 14 outras pessoas.
Dona Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança e Bourbon, mais conhecida no Brasil como a Princesa Isabel, a última princesa imperial e regente do Império, esteve na Beneficência Portuguesa de Santos, 9 anos após a primeira visita de seu pai, o Imperador D. Pedro II à instituição em 29 de agosto de 1875, onde retornou em 1886.
A Princesa Isabel, ao contrário de sua mãe, a imperatriz Teresa Cristina de Bourbon que acompanhara D. Pedro II nas duas visitas à Beneficência, assinou o livro de Visitas Ilustres, abrindo com sua chancela, o rol de assinaturas.
Segunda filha de D. Pedro II e da imperatriz Teresa Cristina, Princesa Isabel foi, por três vezes, regente do império. Casou-se com o fidalgo francês Luís Gastão de Orleans, o conde D’Eu. Antes da Lei Áurea, assinada em 13 de maio de 1888, colocando um fim à escravidão no Brasil, Princesa Isabel sancionou as leis do primeiro recenseamento do império, naturalização de estrangeiros e relações comerciais com países vizinhos.Ela também sancionou a Lei do Ventre Livre, o primeiro passo efetivo para o fim da escravidão no Brasil – a lei estabelecia que todos os filhos de escravos estavam livres.
A Princesa Isabel nasceu em 29 de julho de 1846 no Rio de Janeiro e morreu em 14 de novembro de 1921 na França. Seus restos mortais foram transladados em 1953 para o Rio de Janeiro, juntamente com os de seu marido, o Conde D’Eu (faleceu no mesmo ano que a princesa), para o Mausoléu da Catedral de Petrópolis/RJ.