No final do século XIX, a situação sanitária da cidade de Santos era precária. O lixo era jogado nas ruas e córregos. Não havia um sistema de esgoto encanado.
A cidade foi assolada por epidemias que começavam a avançar pelo interior do Estado de São Paulo, ameaçando a mão-de-obra (imigrantes) utilizada na lavoura do café, além de tornar maldito o principal porto de exportação do País.
A situação estava caótica e o governo estadual interveio na municipalidade, através de comissões para a realização de obras e campanhas, sendo nomeado como engenheiro-chefe da Comissão de Saneamento de Santos, o engenheiro Francisco Saturnino Rodrigues de Brito.Essa é a síntese do documentário “Os Canais de Saturnino” filme com roteiro e direção de Carlos Oliveira, com apoio da Sociedade Portuguesa de Beneficência de Santos, onde algumas cenas foram ‘rodadas’. O filme patrocinado pela Fundação Arquivo e Memória de Santos (FAMS) conta a história da implantação dos canais de drenagem na cidade.
No documentário, cenas (filmadas na Beneficência Portuguesa) de Saturnino de Brito analisando o projeto e chegando à repartição onde trabalhava arduamente, para dar a Santos um novo destino, uma nova perspectiva e futuro. Com a obra desse engenheiro, Santos iniciava uma nova maneira de viver a partir de uma grande obra de engenharia, resolvendo grande parte dos diversos problemas de saúde pública. Saturnino projetou um sistema de esgotos e os canais de drenagem pluvial, dois sistemas sem ligações entre si, obra fundamental para o desenvolvimento da cidade nas primeiras décadas do século XX.
O filme lançado em 14 de julho de 2010, teve mil cópias distribuídas às escolas municipais de Santos para que o trabalho do engenheiro Saturnino de Brito, efetivamente um grande inovador que projetou e colocou em pratica, uma das grandes marcas da cidade, os canais e o saneamento que se tornaram referências nacional e até mundial, dando início a chamada Engenharia Sanitária e Ambiental.
No último domingo (13), quando se comemorou o Dia do Engenheiro Sanitarista, muito pouco se falou sobre o carioca Saturnino de Brito, (1864 -1929) que planejou 9 canais para a cidade, sendo o primeiro (Canal 1), entregue em 1907 e o segundo (Canal 2), na Av. Bernardino de Campos, em 1910. O que significa que, em 1926, quando a Beneficência Portuguesa inaugurou sua segunda e atual sede, no quarteirão identificado pelo número 47 dessa avenida, o canal em frente ao prédio, há 16 anos já tinha amenizado as enchentes corriqueiras na região.
O filme “Os Canais de Saturnino”, com o ator Alex Cruz, foi produzido pela Phanton Comunicação, com apoio da *Sociedade Portuguesa de Beneficência, Sabesp, Museu do Café, Monte Serrat, Antiquário Castelinho e Pinacoteca Benedicto Calixto, além do apoio institucional da Prefeitura de Santos.
*Nas cenas rodadas na Beneficência Portuguesa é possível observar o piso original (ladrilho hidráulico) do corredor principal da área administrativa da instituição e móveis de época (final do século XIX).
Fotos: Arquivo: Beneficência Portuguesa, Espaço Aberto, Site novo Milênio e Spectra Vídeo