Um dos principais problemas de saúde pública no mundo, a Dengue, mais uma vez tira o sono da população da Baixada Santista. Quatro municípios (Santos, São Vicente, Praia Grande e Cubatão) já decretaram alerta máximo contra o Aedes aegypti (mosquito transmissor da doença).
*Santos, no último dia 1º de abril, teve confirmada a primeira morte por dengue. Nessa mesma data, o município de Guarujá estava em eminência de decretar situação de epidemia da doença, com 296 casos confirmados. Há suspeita de pelo menos, uma morte nesse município tenha sido causada por dengue; em São Vicente, a Secretaria de Saúde suspeita que dois óbitos tenham acorrido por dengue, mas ainda aguarda confirmação.
A Beneficência Portuguesa de Santos, na expectativa de minimizar o sofrimento daqueles que procuram o Pronto Socorro da instituição, adotou algumas medidas, entre elas a ampliação da equipe multidisciplinar que atende no local, bem como o número de leitos no repouso específico da unidade. Apesar das medidas adotadas, ainda é grande a fila de pessoas no aguardo do atendimento médico e isso se deve ao aumento do número de casos de dengue ou de suspeita da doença.
No primeiro trimestre deste ano, a Beneficência Portuguesa encaminhou à Secretaria Municipal de Saúde de Santos, 608 notificações, assim discriminadas: 7 notificações em janeiro; 168 em fevereiro e 463 em março. Os números mostram a preocupante evolução da doença não apenas na cidade de Santos, mas também em outros municípios, pois a Beneficência Portuguesa atende pacientes de toda a região.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 80 milhões de pessoas são infectadas anualmente originando mais de 550 mil internações e cerca de 20 mil óbitos.
Os números são assustadores, mas a realidade é que a doença transmitida pela fêmea do mosquito lota os prontos socorros da Baixada Santista, que começa a viver a epidemia da Dengue que geralmente ocorre no verão, com grande incidência no início do outono, especialmente após períodos chuvosos.
A doença é transmitida pela fêmea do mosquito Aedes aegypti infectado. Esse mosquito que precisa de água limpa para se reproduzir pica durante o dia, ao contrário do mosquito comum (Culex), que pica durante a noite. Eles proliferam em recipientes com água acumulada (caixas d’água, cisternas, latas, pneus, cacos de vidro, vasos de plantas, etc…).
A dengue é uma doença que causa desconforto e transtornos e pode ser confundida com outras doenças, como a gripe, por exemplo. As principais características são dor no corpo, nas articulações e no fundo dos olhos. Febre alta, prostração, náusea, redução da quantidade de urina, vômito e dor abdominal, também. É frequente que, três a quatro dias após o início da febre, apareçam manchas vermelhas na pele, parecidas com as do sarampo ou rubéola, e coceira. Também é comum que ocorram pequenos sangramentos (nariz, gengivas). Em alguns casos, depois que a febre começa a ceder (nos três primeiros dias), pode ocorrer diminuição acentuada da pressão sanguínea. Essa queda da pressão caracteriza a forma mais grave da doença, chamada de dengue hemorrágica.
Prevenção – A melhor forma para combater a dengue é evitando a procriação do mosquito Aedes aegypti, eliminando os criadouros: água parada seja ela limpa ou suja.
Tratamento – De acordo com a literatura médica não existem medicamentos antivirais para combater a dengue. O tratamento é apenas sintomático. A recomendação é tomar muito líquido, para evitar desidratação e utilizar, sob orientação médica, antipiréticos e analgésicos, para aliviar os sintomas, são as medidas de rotina.
Muita atenção. Todo e qualquer medicamento só deve ser usado com prescrição médica, pois alguns são contraindicados à doença, entre ele, os que contem ácido acetilsalicílico.
Mais atenção ainda. No caso de dengue hemorrágica, deve-se, imediatamente, procurar assistência médica, uma vez que pode levar ao óbito.
Epidemia – É caracterizado epidemia quando há casos da doença em todas as regiões da cidade e quando chega ao registro de 300 casos para cada 100 mil habitantes. Quando um município entra em epidemia de dengue, o instituto Adolfo Lutz deixa de analisar os exames para certificar se o paciente teve ou não a doença.
Assim, todos os casos com os sintomas de dengue já são contabilizados como sendo da doença, ou seja, o diagnóstico é pelo sintoma clínico.
Tipos de Dengue – Em todo o mundo, existem quatro tipos de dengue, já que o vírus causador da doença possui quatro sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. Assim, a doença pode se apresentar – clinicamente – de quatro diferentes formas: Infecção Inaparente, Dengue Clássica, Febre Hemorrágica da Dengue e Síndrome de Choque da Dengue. As mais comuns são: Dengue Clássica e a Hemorrágica. No Brasil, já foram encontrados dengue tipo 1, 2, 3 e 4, sendo que o vírus tipo 4 não era registrado no País há 28 anos, mas em 2010 foi notificado em alguns estados, como o Amazonas e Roraima.
A dengue tipo 4 apresenta risco a pessoas já contaminadas com os vírus 1, 2 ou 3, que são vulneráveis à manifestação alternativa da doença. Complicações podem levar pessoas infectadas ao desenvolvimento de dengue hemorrágica. Quando uma pessoa é contaminada por um tipo de vírus, fica imunizada apenas contra ele. Assim, a mesma pessoa pode contrair a doença quatro vezes. (Imagens: Reprodução)
*Os registros dos municípios em estado de epidemia e número de óbitos, são datados de 1º de abril de 2013.
Assessoria de Imprensa
Sociedade Portuguesa de Beneficência de Santos