Beneficência saúda Portugal
Neste 25 de abril, como não podia deixar de ser, a Sociedade Portuguesa de Beneficência de Santos, mantenedora dos hospitais Santo Antônio e Santa Clara, fez uma saudação a Portugal pelos 50 anos da conquista de sua Democracia. Nessa data a Beneficência celebrou com a comunidade lusa da região, recebendo inclusive, convidados da capital paulista, o grande feito, considerado um dos acontecimentos mais importantes da década de 70.
O movimento que em 25 de abril de 1974 colocou fim na ditadura de Portugal que já durava 48 anos e 13 anos de guerras coloniais foi um golpe militar que teve amplo apoio popular e se transformou numa revolução que ficou conhecida como Revolução dos Cravos.
Ademir Pestana, presidente da Sociedade Portuguesa de Beneficência, instituição fundada a quase 165 anos por portugueses, anualmente quando a celebração é realizada no hospital, faz uma saudação à Pátria Mãe Portugal.
Saudação à lusitanidade
*Ademir Pestana
Minhas palavras serão breves, mas para mim, fortes o suficiente para deixar registrado meu respeito, meu carinho e agradecimento a todos aqueles que para a grande maioria de nós são desconhecidos, fizeram de Portugal, terra dos meus ancestrais, uma grande Nação. Mais ainda, terra dos que há 50 anos abriram mão de suas individualidades para abraçarem, mesmo que em forma de revolução, a nobre causa da Democracia.
A Revolução dos Cravos assinalou o mais importante feito na história recente de Portugal. Lutar contra e derrubar o regime autoritário implantado no país por mais de quarenta anos, de forma única e inusitada: uma revolução em todos os sentidos sem que os revolucionários fizessem uso de armas, exceto da força intelectual, estratégica e de união.
Hoje a Revolução dos Cravos é lembrada e referenciada como um símbolo de liberdade, de movimento popular na busca de mudanças significativas, diante dos desafios econômicos e sociais, com jovens arrancados cedo de seus lares para guerrearem contra seus irmãos nas então colônias portuguesas em território africano. Meninos que nunca pegaram em armas, vítimas da insanidade de quem só tinha foco no poder, aumentavam a cada dia o enlutamento de famílias.
A aqueles que lutaram sem armas nessa revolução sem precedentes, conquistando para as gerações atuais e futuras, a Democracia, nosso muito obrigado, porque o legado da Revolução dos Cravos continua a dar forma à identidade lusitana reafirmando a importância de lutar pelos direitos dos cidadãos.
Termino minha saudação com uma frase de Celeste Caeiro, aquela que começou a distribuição dos cravos dando nome à Revolução portuguesa “Se deixarmos morrer o sentimento que nos uniu naquela data, teremos que fazer outro 25 de abril”.
Ademir Pestana, presidente da Sociedade Portuguesa de Beneficência de Santos e vereador santista (Foto: Helena Silva)