Há 50 anos, Cravos na Revolução pela paz de Portugal
A Sociedade Portuguesa de Beneficência comemorou os 50 anos da Revolução dos Cravos, movimento que não apenas instituiu a democracia de Portugal, mas também levou à independência de suas ex-colônias na África e fez renascer a alegria de um povo que por 48 anos viveu as agruras de uma ditadura.
O aristocrático salão nobre da Beneficência ficou pequeno para acolher os convidados que na noite deste 25 de Abril, em meio as músicas que nos remetem à alma portuguesa e as manifestações em forma de conclamação e alerta para relembrarmos constantemente o compromisso para com a democracia, sobreavisando as antigas e as novas gerações sobre o que ocorreu nesse período da história portuguesa, para evitar a sua repetição.
Capitaneada por Ademir Pestana, presidente da Beneficência Portuguesa, uma instituição fundada a quase 165 anos por portugueses, a solenidade contou com manifestações do escritor e poeta Flávio Viegas Amoreira, curador da Casa das Culturas de Santos; do professor Luiz Paulo Neves Nunes, presidente do Elos Clube de Santos; do presidente do Centro Cultural Português, José Duarte de Almeida Alves e do próprio Ademir que fez uma saudação à lusitanidade. A parte musical ficou a cargo do Coral do Centro Cultural Português e da cantadeira Conceição Aparecida Fernandes, que sob a regência do Maestro Mário Tirolli emocionaram e encantaram os presentes, que foram contagiados pelos músicos e dançarinos do Rancho Folclórico Verde Gaio com quem dançaram celebrando a grande conquista portuguesa.
Da composição da mesa presidida pelo filho mais ilustre da pátria portuguesa, Luiz Vaz de Camões, um dos maiores nomes da literatura lusófona e um dos grandes poetas da tradição ocidental, tão gigante que na solenidade representou os homens tidos como os maiores portugueses de todo o sempre, desde o Infante Don Henrique ao Capitão Salgueiro Maia que liderou a Revolução dos Cravos ao abraço e/ou aperto de mão da despedida (final da celebração), tudo evidenciava o jeito de ser da gente de Portugal, alegre, emotiva, solidária e participativa como não podia deixar de ser um acontecimento na Beneficência (mantenedora dos Hospitais Santo Antônio e Santa Clara), uma casa de origem portuguesa com certeza.
Ao final, para coroar a celebração, aconteceu a já tradicional degustação do “Patê em 3 Tempos”, iguaria portuguesa criada pelo Chef de Cozinha do hospital, José Nascimento, em alusão às duas senhas musicais que alertaram o povo português sobre o andamento e deflagração do movimento e a comemoração pela deposição do então ditador Marcelo Caetano.
*Além dos diretores da Beneficência, Maria de Lourdes Santos, diretora secretária; Carlos Alberto Limas, diretor financeiro e Dr. Mario Cardoso, diretor técnico; estiveram presentes: José Augusto do Rosário, chefe do Escritório Consular de Portugal em Santos, representando na ocasião o Cônsul Geral de Portugal em São Paulo, Dr. António Pedro Rodrigues da Silva; Dr. Fábio Ferraz, Secretário de Governo representando o prefeito santista Rogério Santos; Dr. Claudino Guerra, presidente da Unimed; José Roberto Frutuoso vice-presidente para América Latina do Elos Clube da Comunidade Lusíada;
Tenente Rafael de Lucca, representando o Capitão dos Portos de São Paulo, Capitão de Mar e Guerra Marcus André de Souza e Silva; presidente da Academia de Ciências, Letras e Artes de Santos, Maria Zilda da Cruz, também vice-presidente da Academia Santista de Letras representando neste ato, Eustázio Alves Pereira, presidente da segunda entidade. Presentes também, Dr. Roberto Faria, presidente da Casa da Madeira de Santos, Dr. Mauro César Dinato, presidente da Fundação Lusíada; Edson Santana do Carmo, presidente da Associação dos Combatentes de 1932 de Santos e Milton Gonçalves, presidente do Rotary Club Santos Noroeste. (Confira algumas fotos do evento).