A campanha de prevenção às hepatites virais, tradicionalmente realizada no mês de julho na Beneficência Portuguesa, uma parceria do hospital com o Grupo Esperança, devido a pandemia da covid-19, este ano foi suspensa, mas a orientação continua inalterada.
E a orientação é a de que a prevenção ainda é a melhor arma contra essa ou qualquer outra doença, porque independentemente da pandemia elas continuam a adoecer e matar.
No último dia 28, Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais, o presidente da Beneficência Portuguesa, Ademir Pestana, *autor da primeira lei do Brasil sobre as hepatites, ressaltou a importância da prevenção em qualquer tempo.
“Esta é uma das leis que mais me orgulho de ter feito, a Lei das Hepatites Virais. Essa, a primeira lei do Brasil sobre o tema, nasceu aqui, em Santos em 2001, e hoje o tratamento das hepatites, a cura, o avanço existente evoluiu e isso é formidável. Hoje temos testagem, as pessoas têm mais conhecimento sobre prevenção e tratamento, graças a esse tipo de lei. Mas lembrem-se, não é porque estamos vivendo uma pandemia que as pessoas podem esquecer da importância da prevenção, porque as doenças continuam existindo e acontecendo, por isso todo esse cuidado precisa ser mantido”.
Jeová Pessin, presidente do Grupo Esperança (Grupo de Apoio aos portadores de hepatites e doenças graves do fígado) falando sobre o assunto destacou a importância da lei.
“A Lei das Hepatites Virais foi revolucionária porque fomentou para outros municípios a criação de leis semelhantes. Essa lei é referência mundial na assistência às hepatites virais. É de uma importância muito grande essa lei municipal estabelecida aqui em Santos, de forma pioneira em 2001”.
Jeová ressalta que as hepatites B e C são doenças assintomáticas e a do tipo C não tinham tratamento eficaz até 2015, quando novos medicamentos foram criados e estão disponíveis no SUS, além da testagem.
Nesta semana, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) pediu que os serviços essenciais de prevenção e tratamento das hepatites virais sejam mantidos durante a pandemia de COVID-19 para que o trabalho visando a sua eliminação não seja interrompido. Carissa F. Etienne, diretora da entidade, disse que esses serviços, incluindo a vacinação contra a hepatite B, são essenciais e não podem ser interrompidos
“No meio de uma pandemia, as hepatites virais continuam a adoecer e matar milhares de pessoas. Os cuidados devem continuar em segurança para todos aqueles que precisam” disse Carissa, lembrando que nas Américas, 3,9 milhões de pessoas vivem com hepatite B crônica e 5,6 milhões vivem com hepatite C.
*Vereador em Santos, Ademir Pestana é autor da Lei das Hepatites Virais