Para todo profissional, não basta saber que protocolo é o conjunto das informações, decisões e normas adotadas pelas empresas. Ele precisa se adequar a essas medidas que têm por objetivo a padronização das atividades na entidade. As pessoas alheias ao funcionamento dessas empresas, mas que por razões diversas têm acesso a elas, também precisam respeitar e cumprir as orientações desse protocolo, instrumento necessário à uniformização das atividades do local.
Se respeitar o protocolo é essencial ao bom funcionamento de uma empresa, na área da saúde isso ganha uma proporção muito maior. Além de obrigatório e extremamente necessário, esse instrumento de padronização das condutas no geral, auxiliam na uniformização dos tipos de tratamento para determinados diagnósticos e mais, organizam e facilitam a tomada de decisões.
Apesar da importância desse instrumento, inclusive para a segurança das pessoas e até preservação de vidas, não são poucos os que ignoram as exigências de um protocolo. Isso acontece inclusive, com respeito às recomendações sobre prevenção à contaminação, como se verifica atualmente quando o mundo vive a pandemia do novo coronavírus responsável pela covid-19, doença infecciosa que apresenta quadro clínico que varia de infecções assintomáticas a quadros graves e em muitos casos, letal.
Para falar sobre a importância dos protocolos, fomos ouvir as enfermeiras Juliana de Souza Morado e Elisete Tavares Carvalho, da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) da Beneficência Portuguesa. Esse setor é responsável pela vigilância com objetivo de prevenir e controlar as infecções hospitalares e as duas profissionais atuam na confecção dos protocolos.
“O primeiro protocolo da CCIH voltado para o novo coronavírus foi apresentado em 11 de fevereiro passado e a partir de então outros cinco documentos já foram produzidos em função das necessárias adequações de acordo com a evolução da doença.
A cada novo protocolo, a preocupação não apenas de deixar claro as exigências que o momento requer de acordo com o quadro evolutivo da covid-19, na região, no país e consequentemente no mundo, porque a pandemia é universal, mas também manter as determinações básicas como:
– Fluxo de atendimento ao paciente suspeito ou confirmado de covid;
– Recomendações internas para atendimento aos pacientes com suspeita ou confirmado;
– Orientações de uso adequado de EPI’S para “paramentação” e a “desparamentação” dos profissionais assistenciais;
– Recomendação de isolamento social ou domiciliar para pacientes;
– Plano contingencial para enfrentamento da covid;
– Recomendações para Empresas terceirizadas dentro da Instituição para enfrentamento da covid” explicam Juliana Morado e Elisete Carvalho.
Elisete, graduada em Enfermagem e Obstetrícia desde 1991 e com MBA em Gestão e Controle de Infecção em Saúde e Juliana, pós graduanda em Urgência e Emergência têm a mesma opinião quando se questiona a importância dos protocolos.
“Se não fossem importantes não seriam obrigatórios” diz Elisete e Juliana completa com “tão importantes que objetivam não só uniformização de procedimentos em termos gerais, envolvendo, inclusive, segurança e naturalmente preservação da vida”
Ambas as profissionais alertam para o fato de que a covid-19 afeta as pessoas de diferentes maneiras, sendo que a maioria das infectadas apresentará sintomas leves a moderados e não precisarão ser hospitalizadas e mais, parcela da população é assintomática (não apresentam sintomas), por isso consideram importantíssimo insistir no básico para minimizar cada vez mais a propagação da doença. Para isso, seguir as medidas adotadas no primeiro protocolo, lembrando que o distanciamento social continua na ordem do dia.
“Embora de importância extremamente relevante e do conhecimento geral, as orientações básicas de prevenção continuam sendo negligenciadas por considerável parcela da população, lembrando que flexibilização da quarentena também é realizada com base em protocolos que se não forem cumpridos, a desaceleração do coronavírus poderá ser comprometida.
Por isso, as recomendações básicas (a partir da Organização Mundial da Saúde e do Ministério da Saúde) contidas no primeiro protocolo da Beneficência para lidar com a covid-19, seguem atualizadas, propagadas e sua prática cobrada para evitar ao máximo, a disseminação da doença” concluem as enfermeiras responsáveis pela elaboração dos protocolos na instituição.
As enfermeiras ressaltam que toda a produção só é colocada em prática após supervisão do Diretor Técnico Dr. Mario da Costa Cardoso Filho e do infectologista Dr. Sérgio Feijoó. A avaliação desses dois profissionais conta com o aval da Diretoria do Hospital sob a presidência de Ademir Pestana.
As recomendações de prevenção à Covid contidas no primeiro protocolo sobre o tema e que continuam atualizadas são as seguintes:
– Lave com frequência as mãos até a altura dos punhos, com água e sabão, ou então higienize com álcool em gel 70%;
– Ao tossir ou espirrar, cubra nariz e boca com lenço ou com o braço, e não com as mãos;
– Evite tocar olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas;
– Ao tocar, lave sempre as mãos como já indicado;
– Mantenha uma distância mínima de cerca de 2 metros de qualquer pessoa tossindo ou espirrando;
– Evite abraços, beijos e apertos de mãos;
– Adote um comportamento amigável sem contato físico, mas sempre com um sorriso no rosto;
– Higienize com frequência o celular e os brinquedos das crianças;
– Não compartilhe objetos de uso pessoal, como talheres, toalhas, pratos e copos;
– Mantenha os ambientes limpos e bem ventilados;
– Evite circulação desnecessária nas ruas, estádios, teatros, shoppings, shows, cinemas e igrejas. Se puder, fique em casa;
– Se estiver doente, evite contato físico com outras pessoas, principalmente idosos e doentes crônicos, e fique em casa até melhorar;
– Durma bem e tenha uma alimentação saudável;
– Utilize máscaras caseiras ou artesanais feitas de tecido em situações de saída de sua residência.