Como uma flor deu nome à revolução
Viver uma ditadura, viver uma revolução, são experiências muito fortes que não podem ficar trancadas. Precisam ser passadas adiante para que possamos tirar desse triste conhecimento, muitas lições. E da Revolução dos Cravos, um conflito sem par na história, movimento cultural pela liberdade de uma Nação, onde cravos e música tingiram e deram o tom da coragem da união de um povo em busca de sua liberdade, precisamos continuar pregando para nos convencer e às outras pessoas, que a mão que segura a arma está sempre apta ao gestos de carinho que podem mudar o mundo.
Às primeiras horas da manhã de 25 de abril de 1974 em Portugal, a Revolução dos Cravos já estava em curso e Celeste Martins Caeiro, aos 40 anos trabalhava no restaurante localizado na Rua Braamcamp em Lisboa e que naquela data completa um ano de funcionamento, razão pela qual a gerente do local comprara flores, mais precisamente cravos vermelhos e brancos para ofertar às clientes. Em função do movimento desencadeado pelo Movimento das Forças Armadas (MFA) o estabelecimento não abriu e se as flores lá permanecessem murchariam, por isso foram entregues aos funcionários que retornavam às suas casas.
Ao voltar para casa em Chiado, Celeste se deparou com os tanques posicionados e perguntou a um soldado o que estava acontecendo e este informou que estavam vivendo uma revolução e que estavam se dirigindo para o Quartel do Carmo para prenderem o governante Marcelo Caetano. O soldado pediu-lhe um cigarro. Ela não tinha, deu-lhe um dos cravos que carregava. O soldado então colocou a flor no cano da espingarda que carregava. Celeste seguiu distribuindo os cravos aos soldados até que acabassem. O gesto contagiou as pessoas e na sequência, floristas e tantos outros se encarregaram de tingir de vermelho com nuances brancas, as ruas de Lisboa. Nascia assim o nome da revolução que devolveu a Democracia ao povo português e serviu de inspiração para o mundo como o embate mais poético e decisivo de que se tem conhecimento.
No Salão Nobre da Beneficência Portuguesa de Santos, na celebração pelos 50 anos da Revolução dos Cravos, moças distribuíram a flor símbolo da reconquista da Democracia de Portugal aos presentes que entre eles lá estavam: Rosa Moretti, diretora do Clube 21 Irmãos Amigos de Santos; Eleir Maria Cordeiro diretora da Associação Amigos da Polícia Civil; José Rodrigues Liberado, presidente da Escola Skin Line, Iris Gaiger da Silva, do
Conselho Municipal de Cultura de Santos; Maria Eulália, da Casa do Poeta; Maria Lúcia Henriques Coutinho, Conselheira do MAF- Movimento de Arregimentação Feminina e da Beneficência; Vera Lúcia Dias Abrantes, do Rancho Folclórico Veteranos Apaixonados pelo Folclore; a acadêmica Tais Assunção Curi e o Venerável Mestre da Loja Maçônica Castro Alves, Dr. Cláudio Coelho da Silva acompanhado de outros membros dessa sociedade.
Confiram nas fotos de Helena Silva, Patrícia Vargas e Daniel Baroni/SPB mais alguns flashes do evento