O Hospital Beneficência Portuguesa (HBP) encerrou o III Curso de Capelania Hospitalar, com a formação novos capelães. Aptos a exercerem a função em capelanias hospitalares os 72 participantes dessa terceira edição do curso se tornaram pessoas capacitadas para o exercício da assistência espiritual desde que obedecidas as regras e regulamentos do local da prestação do ofício.
Durante dois dias (18 e 19), através de palestras, os participantes conheceram um pouco mais sobre o funcionamento do hospital e como é importante esse trabalho de suporte espiritual aos pacientes internados. As palestras foram proferidas por profissionais do quadro do Hospital Beneficência Portuguesa e voluntários da instituição.
“O que é um hospital?” foi o tema apresentado pela administradora hospitalar Néria Lúcia dos Santos que enfatizou “… o hospital não é uma organização qualquer, pois lida com um elemento extremamente valioso: a vida de pessoas”para chamar atenção sobre a responsabilidade de estar em uma instituição que incorpora características de empresa, uma vez inserida no mercado de trabalho, mas com prestação de serviços diferenciados, incluindo filantropia. Entre outros tópicos, a palestrante falou sobre a preocupação com a biossegurança e a importância da humanização no ambiente hospitalar.
“O ambiente hospitalar e seus desafios” – o que seria uma breve palestra se tornou emocionante relato sobre o hospital (sua existência, importância e missão) exposto pelo Dr. Mario da Costa Cardoso Filho, Diretor Técnico do HBP. Nasci aqui para a vidae para a profissão. Aqui participei de experiências pioneiras e um dos meus maiores aprendizados foi o de entender no dia a dia que o trabalho médico vai além do atendimento, do diagnóstico, do medicamento, mas, o de junto com outros profissionais e com vocês, fazer o paciente querer viver”.
“O doente e a humanização no âmbito hospitalar” – apresentado por Paula Ribeiro, coordenadora do Setor de Humanização que falou sobre o tema a partir do tripé: acolhimento, empatia e humanização e apresentou uma série de ações voltadas para pacientes, acompanhantes e funcionários do Hospital, desde a comemoração do aniversário ao estímulo à autoestima. A interação entre o público-alvo e humanização vai além do ambiente hospitalar e da internação, com visitas e eventos para aqueles que devido a continuidade do tratamento cria um vínculo com a instituição.
“Infecção hospitalar e os cuidados com a biossegurança” – foi a palestra apresentada pelo infectologista André Lazzeri Cortez, chamando atenção para o fato: “…as infecções hospitalares, segundo dados do Ministério da Saúde, afetam 14% das pessoas internadas” ressaltando a importância da higiene das mãos, prevenção, abordagem e contato com o paciente entre outros itens relacionados à segurança das pessoas no ambiente hospitalar.
“Inteligência emocional e resiliência”, Legislação, normas e regras internas” e “ O trabalho de capelania cristã” – três palestras apresentadas pelo pastor João Alencar, da Assembleia de Deus. Ele que é capelão, administrador de empresas e professor, falou sobre fatores importantes da inteligência emocional e a relação com a resiliência para avaliar situações de forma realista; o respeito à legislação no tocante à pratica da Capelania, observação às normas do hospital e a função do capelão.
“O voluntariado no processo da humanização” – uma mostra de como o bom humor, a alegria e o estímulo à mudança de comportamento diante da hospitalização, alteram a forma de enfrentar uma internação. Esse foi o recado da Ong “Tchau Dodói” através de três de seus integrantes. Com a mesma irreverência, alvoroço e alto astral com que visitam pacientes internados no HBP, eles, provocaram risos, palmas e expressões de surpresa e contentamento. Um lenitivo à dor e à tensão é o que faz o “Tchau Dodói”, grupo voluntário que há mais de 6 anos atua no HBP.
“A importância da mão amiga” – A abertura e encerramento do curso estiveram a cargo do presidente da Instituição, Ademir Pestana, que falou sobre a importância desse tipo de curso, especialmente no tocante à humanização. “ Passar o conhecimento sobre a legislação federal e sobre o funcionamento e as regras do hospital, norteia o comportamento da capelania que não é uma simples visita, mas uma forma de trazer o conforto através da palavra, da mão amiga, em especial aos que, em uma internação, não contam com a presença de um familiar, de um amigo, exceto da enfermagem e outros funcionários do hospital”.
Ao final do curso, com a presença de vários líderes de Ministérios, aconteceu a entrega de certificado de conclusão concedido pelo HBP, mantido pela Sociedade Portuguesa de Beneficência.