Uma tarefa terapêutica foi a proposta apresentada às colaboradoras do Hospital Beneficência Portuguesa (HBP), pela psicóloga Luciana França, na programação que celebrou a Semana da Mulher na Instituição. A atividade realizada durante o “Café com o Presidente”, quando Ademir Pestana, dirigente da Instituição recebeu pelo segundo dia consecutivo, o público feminino, representante dos diferentes setores do hospital para celebração do Dia Internacional da Mulher.
Dentre as prioridades apontadas pelas mulheres, quais ou quantas dizem respeito a elas mesmas? Quantas vezes a mulher se propôs a começar a ser sua prioridade? E quantas vezes sequer começou a agir para concretizar a proposta? Muitas são as perguntas todas desafiadoras às mulheres. Mesmo tendo consciência de que amor não é uma escolha, mas uma prioridade, a maioria não assimila a importância de se amar de verdade.
A tarefa terapêutica que a psicóloga Luciana França, especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental, corrente da psicologia que usa técnicas destinadas a modificar crenças e pensamentos automáticos, evitando previsões negativas e críticas descabidas a respeito de si e do mundo desenvolveu com as colaborados do HBP objetiva restabelecer valores.
“As mulheres estão sempre atentas às necessidades à sua volta, família, trabalho, casa, etc, etc… Ama e olha a todos, só se cobra, mas não se olha, não pratica a atividade do amor próprio” falou a psicóloga que convidou a todas para que escrevessem uma carta de amor para elas mesmas.
Para ajudá-las na tarefa entregou uma cópia do poema “Quando me amei de verdade” da escritora e professora norte-americana Kim McMillen que faleceu em 2015 aos 52 anos. Após sua morte, a filha Alison transferiu o texto escrito no caderno de reflexão da autora em uma edição artesanal com o qual presenteou os amigos. O sucesso da carta de amor de Kim McMillen ultrapassou as fronteiras de Tennessee (EUA) e ganhou o mundo porque de forma simples evidenciou que para amar aos outros, primeiro, precisamos nos amar.
Emoção – A emoção estampada nos olhos, no semblante das participantes do “Café com o Presidente” em comemoração ao Dia, à Semana da Mulher era visível, afinal, como disse a psicóloga “Não é tarefa fácil a auto descoberta, se propor a começar a ser uma prioridade, por isso proponho, meia hora por semana fazer crescer a ideia de se amar, de ser egoísta para consigo mesma na busca, no fortalecimento do amor próprio. Comece trabalhando sua autoestima”.
“Quando me amei de verdade” (Kim e Alison McMillen)
“Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato. E então, pude relaxar. Hoje sei que isso tem nome… AUTOESTIMA.
Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra minhas verdades. Hoje sei que isso é…AUTENTICIDADE.
Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento. Hoje chamo isso de… AMADURECIMENTO.
Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo. Hoje sei que o nome disso é… RESPEITO.
Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável… Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início minha razão chamou essa atitude de egoísmo. Hoje sei que se chama… AMOR PRÓPRIO.
Quando me amei de verdade, deixei de temer o meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro. Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo. Hoje sei que isso é… SIMPLICIDADE.
Quando me amei de verdade, desisti de querer sempre ter razão e, com isso, errei muitas menos vezes. Hoje descobri a… HUMILDADE”.