Ele é considerado uma das vozes mais inventivas da Nova Literatura Brasileira.
Intelectual polêmico, escritor e estudioso compulsivo, parece manipular, sem, contudo, descaracterizar a origem das palavras, experimentando e inovando conteúdos linguísticos ao ponto de despertar, segundo informações de uma Editora, interesse em universidades norte-americanas e europeias.
Estamos falando do escritor, poeta, jornalista e crítico literário Flávio Viegas Amoreira que anualmente, tem destacada participação no Café Poético com Martins Fontes.
Autor de 15 livros entre poesias, contos e romances, agora enveredando pelo universo das biografias, sua mais recente obra “Gilberto Mendes – Notas Biográfica”, Mestre Flávio saúda o evento criado pela Beneficência Portuguesa para homenagear Martins Fontes e com carinho e propriedade ressalta a importância do poeta santista como um dos mais importantes representantes da poesia parnasiana brasileira. E em meio ao depoimento sobre a importância do médico e poeta santista Martins Fontes, o escritor apresenta a poesia de autoria do homenageado que lhe é mais significativa “Pelos Caminhos da Aurora” que muito conhecem por “Nada Sou. Nada tenho”, dedicada ao jornalista, romancista e poeta brasileiro, nascido em Cubatão, Afonso Schmidt.
“Saúdo o Café Poético com Martins Fontes pelo resgate de um dos mais importantes poetas humanistas do Brasil. Martins Fontes não é só uma personagem da literatura santista, mas um dos mais importantes poetas da poesia parnasiana da brasilidade.
O Café Poético é um importantíssimo projeto no sentido intelectual, emocional e emotivo da Beneficência Portuguesa. Salve, salve Beneficência e salve, salve Martins Fontes! Enquanto poeta só posso louvar essa iniciativa que quero ver reeditada em tempos normais”.
Em uma live relâmpago no último dia 19, sobre os 84 anos da morte de Martins Fontes, o poeta Flávio Amoreira leu um breve poema que na sua opinião resgata muito dos temas que Fernando Pessoa (um dos mais importantes escritores portugueses do modernismo e poetas de língua portuguesa) iria trabalhar nos mais conhecidos versos que o poeta santista dedicou ao cubatense Afonso Schimidt.
Pelos Caminhos da Aurora (a Afonso Schmidt)
Nada sou. Nada tenho. E, noite e dia,
Meu espírito vive a imaginar
O consolo indizível que eu teria
Em dar, em dar, continuamente dar.
E povoa-me o sono esta alegria,
Enche-o de sonhos o prazer sem par
De ser um raio de ouro e de harmonia
Em cada coração e em cada lar.
Dar tudo, a todos, com fervor fraterno!
Só possuir para distribuir,
O meu tesouro astral, prodígio eterno…
Dar, não olhando a quem, sem refletir:
Ser como o sol, que lembra o amor materno,
Multiplicado, sem se dividir.
“Lembrando que Martins Fontes, poeta, medico humanista, socialista, um dos mais pródigos e generosos literatos do Brasil, dedicou sua vida à poesia, a medicina e à fraternidade entre os homens. Nosso grande poeta eternizou com seus poemas e com um dístico, um aforismo que o tornou ainda mais notável “Como é bom ser bom”, frase imortal tão reverberada que o tonou ainda mais notável. E é como notável que relembro o imortal poeta Martins Fontes, louvando-o, assim como louvo a Beneficência Portuguesa pela iniciativa de, anualmente homenageá-lo com o Café Poético e manter viva sua memória”.