Não restam dúvidas que vivemos momentos difíceis, em especial pela pandemia da covid-19 que vem afetando o fator emocional das pessoas no mundo. Nunca antes um abraço foi tão valorizado. Com a pandemia o isolamento social, uma das medidas necessárias para reduzir o avanço da contaminação do novo coronavírus, nos demos conta que aprendemos desde cedo a importância do contato físico, uma vez que o primeiro sentido que desenvolvemos é o tato.
De acordo com a literatura científica, “dar ou receber um abraço é a forma mais simples de fazer o corpo liberar oxitocina, conhecida como o hormônio do amor e da felicidade. Ela aumenta os sentimentos de apego, conexão, confiança e intimidade e ajuda a curar a solidão, o isolamento e até a raiva”.
A psicóloga Aline Ferreira, coordenadora de RH e do SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho) da Beneficência Portuguesa explica que esta ação (abraço) aparentemente simples é de suma importância para os seres humanos, mas, com a pandemia, a necessidade de nos adaptarmos às circunstâncias, o abraço foi colocado de lado e para que o contato físico possa voltar a fazer parte do nosso dia a dia, o mais breve possível, temos (todos) que evitar a exposição ao novo coronavírus (SARS-CoV-2)
“Desde pequenos somos condicionados a ter o contato com outras pessoas e antes disso, ainda na barriga da mãe nos sentimos seguros, abraçados, estabelecendo uma relação de confiança, conforto, acolhimento. Por conta do necessário isolamento social devido a pandemia o abraço, temporariamente, foi deixado de lado e cabe a nós, colaborar nos cuidando e consequentemente cuidando do próximo para termos de volta esse abraço, ação que faz bem à vida.
Mas, para isso é necessário ter consciência de que buscamos a cura e só vamos conseguir se ficarmos em casa, usar máscara, álcool em gel e que precisamos a todo custo evitar a aglomeração e isso não é defender tese, é cuidado com o outro. Quando me preocupo, não estou cuidando só de mim, mas dos meus vizinhos, colegas de trabalho, da minha cidade, do mundo que já está em um cenário difícil.
É preciso entender que nós, seres humanos necessitamos dos outros e vamos sempre precisar porque nossas relações são pautadas no contato e o abraço faz parte desse universo.
Ocorre que neste momento difícil, mas temporário, as pessoas se falam mais por telefone, mensagens e outras formas, mas sentem falta do abraço, ou seja, falta um do outro, por isso vamos fazer a nossa parte, seguindo as regras básicas e não esqueçam quando for liberada a vacina para sua faixa etária, não tenham medo porque vacina é vida, é cura. Se vacinar é preciso. Neste momento de reflexão, quando precisamos fazer tudo o que for necessário para conter o vírus aí presente, deixo meu abraço recheado de emoção e vontade que fique tudo bem e que a gente, muito em breve, possa se abraçar novamente”.
Em tempo de restrições impostas pela covid-19, a criatividade aflora e o abraço seguro vem ganhando espaço cada vez mais amplo, como aconteceu recentemente na Beneficência, quando separados por uma proteção plástica transparente, colaboradores de diferentes departamentos do hospital extravasaram carinho para com os amigos, através de caloroso abraço, através do qual compartilharam emoções.
Cientificamente está provado que abraços podem proteger contra os efeitos de estresse, diminuem os riscos de infecções, reduzem a pressão arterial e aliviam a dor, lembrando que o abraço de mãe diminui a ansiedade dos filhos e para que os efeitos do abraço que tanto sentimos falta, voltem a nos fortalecer, sigamos as orientações básicas começando pelo uso de máscara e sair de casa somente o necessário
Confiram fotos do “Abraço Seguro” na Beneficência