Ontem, domingo, 02 de maio, ele completou 25 anos de Beneficência Portuguesa, “Um casamento de aprendizado diário para mim”, diz o protagonista do Xô estresse!!! de hoje, que ‘entrou’ nesse casamento por sugestão de um amigo. Já, do segundo casamento, esse há 19 anos com a mãe de seus filhos, fica um pouco relutante quanto ao responsável pela indicação, pelo encontro, apresentação, enfim pela a vida a partir de então. Depois de pensar um pouco, o sorriso e a certeza de que o intercessor foi nada mais, nada menos que Santo Antônio, padroeiro da Beneficência.
Você que está lendo e é colaborador da Beneficência Portuguesa já identificou quem é o entrevistado de hoje que contará sua fórmula para desestressar durante a pandemia? Não?
Mais uma dica: adora observar a natureza, fez até amizade com uma família de corujinhas em encontro matinal (madrugada).
Outra dica: recentemente, foi quase, que ‘carinhosamente’ abraçado por um gavião fêmea no Jardim principal da Beneficência Portuguesa.
Ah, descobriram? Mozart de Oliveira Neto!
Ele mesmo, gerente do Serviço de Apoio que desde pequeno era deslumbrado pelo majestoso prédio da Beneficência, por onde passava a caminho da escola (Colégio Dino Bueno). Sua imaginação viajava sobre as inúmeras possibilidades que criava para aquele palácio. Foi seu pai quem lhe disse que era um hospital. A revelação, no entanto, não diminuiu sua curiosidade que em parte, começou a ser saciada anos depois ao retornar a Santos, de onde saiu ainda criança junto com a mãe e o irmão com destino à cidade de Barretos. Ele perdera o pai.
De volta à Baixada Santista, trabalhava como office boy em uma Contabilidade em Santos, quando um amigo falou sobre a possibilidade de trabalhar na Beneficência. Foi aprovado e começou como auxiliar de escritório, depois foi para o departamento de Compras. Criada a Secretária do Conselho, foi para esse setor onde cadastrou os sócios; depois, o Serviço de Estatística, chegou à gerência de Contas Médicas e atualmente gerencia o Serviço de Apoio que engloba Nutrição, Higienização, Mídias Sociais, Hotelaria e Jardinagem.
E sua curiosidade e necessidade de aprender sobre aquele palacete ainda não foi saciada porque o que o impactou desde pequeno foi a grandiosidade do local e quando começou a fazer parte dele o impacto continuou: a relação de cargos, o organograma, os jardins, os corredores, a dinâmica. “Tudo me deixava feliz por fazer parte dessa enormidade e também da Vila Belmiro, onde no Estádio do Santos F.C. passava o horário de almoço (à época os portões da Vila eram abertos). Lá, passava o intervalo do almoço, olhando o time e tudo à volta. Era uma ventura viver e contemplar esses dois lugares.”
À medida que ia conhecendo a história da Beneficência Mozart ia ficando mais impactado. E o que isso tem a ver com Santo Antônio?
Pediu uma esposa para Santo Antônio – Católico, embora ainda não tenha declarado um santo de devoção, tudo leva a crer que é Santo Antônio. Surpreso com suas revelações e reflexões sobre sua ligação com o padroeiro da Beneficência é possível que após recente meditação Mozart tenha se convencido que o “Santo casamenteiro” é o sacrossanto de sua apreciação, senão vejamos.
Um dia, uma gassiana (voluntária do *Gassa-Grupo de Ação Social Santo Antônio), disse ao Mozart (não temos detalhes sobre o motivo) que ele precisava aquietar o coração arranjando uma namorada e ele perguntou como faria e ela respondeu: “Assistir à missa, assinar o livro de presença colocado à entrada da Capela e comer 13 pãezinhos no dia 13 junho (Dia consagrado ao Santo)”. A última dica era a mais fácil de realizar e Mozart pediu uma esposa ao Santo. Nem namorada, nem noiva, nada mais nada menos que uma esposa, ou seja, uma moça pronta para casar e três dias depois conheceu uma jovem paulistana que estava passando férias na cidade em que ele reside.
Dois anos depois estavam casados, por isso acredita em milagre do Santo, especialmente pelas coincidências associadas. O casamento aconteceu na Igreja de Santo Antônio de Pádua na Chácara Mafalda que à época estava em reforma e não realizava casamentos há anos, mas a convite do Padre Aldenor Alves Lima, amigo da família da noiva que também esteve presente no noivado do casal, as bodas aconteceram naquele cenário inusitado para o evento. Sintetizando, por Patrícia (a esposa) Mozart passou a se dedicar mais a Deus e à Igreja, lembrando sempre que tudo começou por um pedido a Santo Antônio.
“Orações, culinária, pesca… não necessariamente nessa ordem”
“Tudo na Beneficência me encanta e conhecer sua história é gratificante. Sua grandiosidade em todos os sentidos revela um mundo de informações e me enche de orgulho o fato de participar de tudo isso. Viver o dia a dia, as relações humanas envolvendo todos os setores a partir da Diretoria, chorar e rir juntos é o mais positivo desse palacete majestoso onde tudo me cativa, da Capela Santo Antônio em cujos bancos sento, rezo e rogo aos jardins maravilhosos que me saltam aos olhos”.
Gratidão – Segundo Mozart, para ele, uma palavra define a Beneficência: “Gratidão.Sou grato à Benê, pois graças a ela financiei minha casa, meu orgulho, minha felicidade onde mantenho minha família. Por isso valorizo muito essa grande família chamada Beneficência Portuguesa”.
E o estresse? – “Na pandemia e em geral como qualquer pessoa fico estressado, mas passa rápido, apesar de às vezes muito intenso A pandemia foi, está sendo puxado e não sabemos por quanto tempo vamos conviver com ela e temer suas consequências. Todos na minha casa foram afetados eu, esposa e os dois filhos. Para desestressar intensifiquei as orações diárias, passei a observar mais os filhos e me dedicar à culinária (parece que é mestre de forno e fogão e tem preferência culinária rústica que prepara no seu fogão a lenha). Pescar é também uma paixão. Pequenas coisas me desestressam como por exemplo, observar a natureza”.
Atualmente, o que mais encanta o Mozart são os gaviões que entre os meses de agosto e outubro/novembro, buscam as frondosas árvores, algumas centenárias, dos jardins da Beneficência para montarem seus ninhos e ensinar aos filhotes os primeiros voos e pios. Na última estadia dessas aves na Beneficência, uma fêmea, em voo rasante aterrissou por uma fração de segundos sobre a cabeça do Mozart quando passava pelo jardim principal (frente para Av. Bernardino de Campos). As nada delicadas garras do gavião fêmea deixou pequenas marcas na cabeça do rapaz, sem maiores consequências, além do susto, naturalmente. Ah! Mozart garante que a curiosidade e o fascínio pela Beneficência Portuguesa continuam cada vez mais latentes.
*Gassa-Grupo de Ação Social Santo Antônio – voluntárias (as rosinhas) do hospital