Na tarde desta terça-feira (16), o Portal G1 – Santos e Região publicou uma matéria com o presidente Ademir Pestana, falando sobre as ocupações de leitos UTI nos hospitais da região.
Hospital em Santos não tem mais respiradores para pacientes Covid-19: ‘Estamos em emergência’
Beneficência Portuguesa de Santos possui só dois respiradores reservados para segurança. Dos 46 leitos voltados para pacientes com Covid-19, 44 estão ocupados.
O Hospital Beneficência Portuguesa de Santos, no litoral paulista, está sem respiradores para receber novos pacientes com Covid-19, segundo o presidente Ademir Pestana, em entrevista ao G1 nesta terça-feira (16). Além disso, ele disse que o local já está em estado de emergência, devido a lotação de leitos.
O aumento de casos de Covid-19 na Baixada Santista provocou uma alta na taxa de ocupação de leitos no Hospital Beneficência Portuguesa de Santos. A unidade, que atende pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) e também particulares, conta com 46 leitos Covid-19. Deste número, 27 são voltados para a enfermaria, que está com 100% de ocupação nesta terça, segundo informou a diretoria.
Na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) há 19 leitos, sendo 17 ocupados. Nesta ala, todos os internados estão fazendo uso de respiradores. De acordo com Ademir Pestana, o hospital possui 32 equipamentos para uso geral, sendo que 30 estão em funcionamento. Os dois restantes são para segurança, caso haja necessidade de outro paciente internado na enfermaria precisar usar.
“Não temos mais respiradores. Temos outros doentes no hospital que, a qualquer momento, podem precisar desses que estão para emergência. Para Covid-19 já não tem mais, estamos no limite”, explica. Com isso, segundo ele, a Beneficência Portuguesa não tem mais condições de receber novos pacientes com a doença na tarde desta terça, caso não haja altas na UTI.
“Não chegamos a recusar (pacientes), mas estamos no limite. A alta para a doença é muito lenta, leva muito tempo, por isso, ficamos com problema com os respiradores”, diz Pestana. Em caso de falta dos equipamentos já reservados para a margem de segurança do hospital, a equipe médica usa carrinhos de anestesia, utilizados para entubar pacientes em centro cirúrgico, como medida provisória.
“Você não pode levar esse paciente para o quarto, não pode levar para UTI. Ele teria que ficar deslocado dentro de uma sala, aguardando outro respirador. Em uma emergência, também fazemos isso para não deixar paciente sem atendimento. É difícil a situação”, desabafa.
Mais respiradores
Pestana afirma que espera que a unidade receba, ainda nesta terça, quatro novos respiradores. Além disso, o hospital ainda está negociando a compra de mais dois para que não haja falta do equipamento para atender a população.
“Nós já tivemos a primeira fase (da pandemia), e todo o país acabou se ajustando a ela. Ninguém esperava que uma tão grande, como essa, e maior que anterior fosse ocorrer. Por isso, começam a aparecer algumas faltas de leitos e de respiradores. Não só aqui, mas em todo o Brasil deve estar acontecendo isso. Espero que consigamos resolver logo isso”, desabafa.
Ele ainda faz um apelo, para que a população seja responsável e se cuide. “Distância, a recomendação é essa. Acho que o momento é de colaboração, de entendimento. As pessoas têm que se conscientizar que precisam ter responsabilidade”, finaliza.
Ocupação de leitos
O número de pessoas internadas em leitos de enfermaria e de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), por conta da Covid-19, dobrou em menos de um mês em Santos, cidade que dispõe da maior quantidade de leitos na região do litoral paulista.
A taxa de ocupação geral de leitos no município é de 63%, conforme divulgado no boletim epidemiológico divulgado pela Prefeitura de Santos, na noite de segunda-feira (15).
Fonte: G1 Santos