O estudo sobre as cores mostra que o rosa, entre outras características, simboliza romantismo, delicadeza, sensualidade e beleza feminina. É a paixão e o poder do vermelho suavizado com a pureza, transparência e integridade do branco e na psicologia das cores, é um sinal de esperança.
E parece que assim é, pois a definição se encaixa perfeitamente na maneira de ser e de viver de Eliane da Silva Ribeiro, Auxiliar de Enfermagem, que há 32 anos iniciou sua atividade na Beneficência Portuguesa e no ano passado (2019) teve sua foto inserida na Galeria “Sou Benê” dedicada aos funcionários mais antigos da instituição.
Psicologicamente o rosa está associado à compreensão e à sensibilidade, talvez por isso Eliane, dotada de alta dose de consciência e de percepção se identifique tanto com a cor, mesmo quando a situação não lhe sorri como já lhe ocorreram inúmeras vezes ao longo da vida e o estresse ameaçou interromper seu sorriso, como nesses tempos de pandemia da covid-19, doença causada pelo coronavírus SARS-CoV-2.
“Entrego o jejum a Deus e me fortaleço contra o estresse”
De sorriso franco, Eliane é determinada e não se deixar abater por entender que na vida, tudo é muito efêmero. Ela conserva em constante estado de manutenção, a grande lição herdada dos pais, de que é preciso cultivar o entendimento de que na vida há tempo de chorar, de sorrir e de construir sempre, tendo em mente que entre os valores mais preciosos estão: caráter, lealdade, reconhecimento e respeito.
E é com base nesses valores que Eliane da Silva Ribeiro faz questão de começar seu depoimento sobre o que faz para desestressar nesses tempos de pandemia, evidenciando a disciplina a que se submete para levar aos pacientes no Pronto Socorro da Beneficência, bem como aos colegas de trabalho, confiança e segurança de que esse momento difícil provocado pela covid-19, como tudo que nos cerca, vai passar e deixar grandes lições, cabendo somente a nós o interesse pelo aprendizado.
Na disciplina ela encontra o antídoto para o estresse. Temente a Deus, no sentido de obediência, Eliane oferece ao Criador, o jejum que realiza duas vezes por semana e as orações diárias pela saúde dos familiares de sangue e pela família Beneficência Portuguesa. Ela garante que não há estresse que resista a essa prática
“A Beneficência representa muito, quase tudo para mim, porque foi aqui que construí a minha vida e realizei os meus sonhos. Pode parecer piegas, mas rezo todos os dias agradecendo à Deus e pedindo sua benção à Beneficência, pois é do trabalho no hospital que garanto as minhas conquistas. E com a pandemia redobro minha fé e orações pedindo a Êle, proteção.
Pegamos o auge da pandemia (mas ela continua, não esqueçam disso), e para nós, enquanto tiver um paciente com suspeita ou com a doença, nos cercamos de todos os cuidados. Sou rigorosa com os cuidados porque entendo que a pandemia continua tão forte e tão ruim para quem é contaminado como no princípio. Estou sempre paramentada de forma correta porque o profissional da saúde precisa se cuidar para cuidar dos outros.
Levanto às 5h30 no máximo, para ter tempo suficiente para me arrumar e rezar. Sigo um ritual: banho, higiene bucal, vou para a sala, me ajoelho e agradeço a Deus pela minha vida, pela minha família, pelo meu trabalho, pela família Beneficência que são meus colegas e a diretoria. O Senhor Jesus tem me mantido firme, mas fico muito triste vendo colegas adoecendo e rezo por eles e por seus familiares porque essa pandemia desestruturou a todos. Oro por todos na Beneficência porque sempre digo que é um privilégio trabalhar com o que gosta e mais ainda em um lugar como esse Hospital.
Duas vezes por semana faço *jejum e entrego a Deus essa pequenina penitencia pedindo a Ele que fortaleça e dê direção ao presidente Ademir Pestana e a toda sua equipe da Administração. O jejum me relaxa e vai até a hora do almoço, quando antes da refeição me isolo, faço minhas orações e agradeço a Deus”.
Ritual – Eliane tem uma grande preocupação com a aparência, por isso levanta tão cedo porque após as orações, começa outro ritual, o da maquiagem. Ela é assertiva ao dizer que, quem trabalha com o público, obrigatoriamente tem que estar apresentável, principalmente se cuida de pessoas, por isso a preocupação. O cabelo tem que estar com todos os fios no lugar, a sobrancelha perfeita, a base, a sombra, o rímel e o batom não podem faltar, nem destoar. Devido a máscara não tem usado batom, mas a fragrância suave não falta. Recebe, inclusive, elogios pela aparência, postura, até o tom de voz ela entende que não pode desconvir do conjunto.
*Eliane que nem precisa dizer que adora a cor rosa, basta olhar à sua volta em casa, onde está cercada pelo tom que evidencia ternura, nos dias de jejum, inicia sua oração com “Deus, fortaleça e dê sabedoria a fulano, beltrano e cicrano…”
Amém e obrigado!