O ano era o de 1873 e a cidade de Santos vivia um surto de febre amarela. Seguidos casos registrados nos navios que chegavam o porto assustava cada vez mais a população, especialmente pelas condições insalubres em que viviam os moradores. Temiam que o surto registrado nos navios
atingisse a cidade, porque a Santa Casa de Misericórdia já não comportava tantos pacientes.
As obras do hospital da Beneficência não estavam concluídas, mas a situação era tão premente que a direção da Santa Casa em contato com a diretoria da Beneficência cogitou a possibilidade de montar uma enfermaria na parte concluída da obra. O presidente da Beneficência à época, Antonio Nicolau entendeu que o local não era adequado para receber esses pacientes, especialmente por estar inacabado e pela grande proximidade da população daquela área; ele entendia que esses pacientes deveriam ficar em local mais afastado. Em comissão com outros diretores procurou o Prior do Mosteiro de São Bento e consegui o consentimento para abrir uma
enfermaria para tratar destes doentes (que não encontravam mais vagas na Santa Casa). A despesa com esses pacientes seria rateada pelos diretores da Beneficência Portuguesa.
Para montar a enfermaria vieram do Rio de Janeiro 25 camas com colchões e 12 lavatórios com bacias, jarras e saboneteiras. A febre amarela avançava e virou epidemia e a enfermaria do Mosteiro tornou-se obsoleta diante do número de vítimas da doença, o que fez com que a Beneficência Portuguesa, mesmo inacabada, improvisasse uma enfermaria no prédio, atendendo, inclusive, solicitação da Câmara Municipal da Cidade.
Assim, desde o nascedouro a Beneficência Portuguesa está irmanada à mais antiga Santa Casa do País, Santa Casa de Misericórdia de Santos no atendimento à população, quer durante epidemias, desastres ou no dia a dia na luta pelo atendimento à população.