“Infelizmente o ser humano tem dificuldades para absorver práticas positivas e a recorrência a atalhos aumento o risco de acidentes em todos os sentidos”. Com essa frase, o engenheiro Florestal e de Segurança do Trabalho Luiz Eduardo Torquato da Silva iniciou, nesta quinta-feira (13), a palestra “Autoconfiança, inimiga da segurança”, realizada no Centro de Estudos da Sociedade Portuguesa de Santos.
O evento que deu início ao ciclo de palestras na Beneficência Portuguesa, em comemoração ao aniversário de 156 anos da instituição apontou a necessidade de reflexão constante sobre a responsabilidade de profissionais das mais diferentes áreas, para com sua segurança e dos que os rodeiam.
“Inúmeras são as causas dos acidentes, mas o excesso da autoconfiança é muito preocupante, especialmente se ela estiver associada ao medo negativo, porque este tipo de medo leva o indivíduo à cometer erros por desconhecimento ou por negligência. Já a autoconfiança associada ao medo positivo é benéfica, porque esse medo leva a pessoa a ter cautela e seguir as normas existentes”, explicou o engenheiro Torquato que ressaltou o que já se tornou um dado concreto com relação aos acidentes de trabalho.
Conscientização – “Já é patente que os acidentes de trabalho são frequentes com profissionais, especialmente, em duas fases: no primeiro ano de trabalho devido a inexperiência e após, no mínimo três anos de trabalho, quando o profissional se sente seguro demais com relação a seu ofício. É interessante observar a responsabilidade de cada um, pois o profissional inexperiente se espelha no mais antigo” disse o engenheiro ressaltando que a matéria prima para a redução dos riscos no trabalho é a conscientização.
“Não existe segurança 100%, mas todos podem contribuir para reduzir o risco eliminando do seu dia a dia, o excesso de autoconfiança, o exibicionismo e se conscientizar da responsabilidade para com sua própria segurança e de terceiros” falou o engenheiro que destacou pesquisa realizada pela Universidade Federal de Goiás sobre o tema apontando a recorrência de acidentes de trabalho na área da saúde desde perfuração por manuseio ou descarte incorretos, que atinge não apenas os profissionais que atuam direto com o paciente à assepsia de forma correta. O descarte inadequado atinge outros funcionários, entre eles, o pessoal da limpeza.
A aplicação de procedimentos de biossegurança que engloba um conjunto de medidas técnicas e administrativas previnem acidentes, independentemente do ambiente de trabalho gerando qualidade de vida para quem pratica e para quem recebe a ação. Eliminar o exibicionismo e os atalhos (provocados pelo excesso de autoconfiança) é a recomendação do engenheiro para a redução de acidentes em todos os setores.