*Noemi Francesca de Macedo
Festas de fim de ano são marcadas pela alegria, confraternização, mesa farta e muitos petiscos, além de bebidas diversas. Os excessos de fim de ano pesam na contabilização do organismo que nem sempre tem condições de administrar (fisiologicamente) tantos acréscimos e variedades de alimentos ingeridos. Uma grande parcela desses alimentos típicos de fim de ano é rica em sódio que para o hipertenso é extremamente prejudicial. O sódio, principalmente componente do sal é prejudicial a todos, mas em se tratando de hipertensos e com problemas cardiovasculares, o prejuízo à saúde é muito maior.
Por essa razão a recomendação é substituir nas ceias de Natal e de Ano Novo, alimentos ricos em sódio por carnes magras e saladas.
Normalmente, no cardápio das festas de fim de ano não faltam delícias como rabanada, panetone, peru, pernil, bacalhau, nozes, farofa, maionese, frutas secas. A partir desse cardápio, abusar de comidas gordurosas e bebidas alcoólicas é ato contínuo à primeira garfada, ao primeiro gole, e isso causa danos à saúde.
Para não exceder na comida apetitosa e convidativa tanto pelo aroma que impregna o ambiente, quanto pelo visual, muito colorido que agrada aos olhos e consequentemente ao paladar, é interessante começar desde já, um exercício mental para aplacar a ansiedade e especialmente um dos sete pecados capitais: a gula.
O exercício baseado no dito popular: “ver com os olhos e lamber com a testa” é simples: mire bem os pratos dispostos à mesa, reveja mentalmente, repetidas vezes, as cores e associe o visual ao cheiro dos alimentos, respire fundo, se delicie com o sabor que automaticamente ativa o palato e pense, não nas delícias que estão à sua frente, mas nas consequências que lhes serão evidenciadas pelas roupas (especialmente as suas preferidas) e pelos números inexoráveis da balança.
Ao final do exercício, se visualizou com detalhes as consequências, vai sentir-se tentado(a) à apenas ‘beliscar’ ou no máximo comer com moderação. Mas se não quiser passar pela tortura que o exercício em prol da saúde e da silhueta, alimente-se adequadamente antes da ceia e nela, educadamente, coma o necessário à saciedade de seu estômago ou para não fazer desfeita à quem preparou as delícias de Natal e de Ano Novo.
Nós que estamos expostos a tantas tentações gastronômicas, devemos levar em conta que nesta época do ano, muitos são os momentos de celebração o que torna difícil não abusar das delícias calóricas, mas por outro lado nos leva à reflexão: se tantas são as oportunidades para abusar das delícias, para o bem da saúde e da estética, melhor é apenas experimentar boa parte dos pratos à mesa, que fartar-se de apenas dois ou três. Não esqueça que, quando falamos em experimentar, queremos dizer pequena porção, de preferência pequenina mesmo para ter a oportunidade de aproveitar as festas consumindo um pouquinho de tudo.
Quanto às bebidas, a moderação também é muito bem vinda para evitar excesso e com eles, problemas de saúde e vexames. Primeira coisa a lembrar nesse período de mesa farta e copo cheio, é que o álcool estimula o apetite, estendendo a conversa à mesa. Cuidado, porque além de estimular o apetite, o álcool desinibe, deixa as pessoas mais alegres, expansiva e solta (especialmente a língua). Em excesso, o álcool, comprovadamente, pode transformar as pessoas e para que as consequências não sejam das piores, problemas de saúde, dores de cabeça, vergonha e desesperada curiosidade pelo que fez ou deixou de fazer durante a bebedeira, moderação é a palavra de ordem. Se estiver atento à compostura e a moderação, para manter o equilíbrio, intercale os goles de bebida com água.
Opte pela moderação em todos os sentidos, seja na comida, na bebida e no comportamento, para que as lembranças das festas de fim de ano sejam as melhores possíveis.
*Noemi Francesca de Macedo – Assessora de Impressa da Sociedade Portuguesa de Beneficência, editora do jornal Espaço Aberto, diretora de Comunicação do Instituto Histórico e Geográfico de São Vicente.