Morreu na noite deste domingo (06), José Paulo Fernandes da Silva, o Mestre Paulão, carnavalesco do Grêmio Recreativo Cultural Escola de Samba Brasil. Vítima de um infarto, Paulão tinha 62 anos. Ele faleceu às 21h05, no Pronto Socorro da Zona Leste (Santos), vítima de infarto. O corpo foi velado no Serviço de Luto da Beneficência Portuguesa e o enterro aconteceu nesta segunda-feira (7), no Cemitério Areia Branca, às 15h30.
Um dos mais antigos mestres de bateria do Brasil, Paulão sempre foi reverenciado por sua capacidade e performance à frente da Bateria Nota 10 da ‘Brasil’, onde começou como ritmista e ajudou a escola a ser 16 vezes campeã do Carnaval Santista. No Carnaval 2014, a agremiação ficou na sexta colocação.
Segredo – A morte do mestre atraiu o mundo do samba da região e da capital paulista. Figura muito querida, Paulão, segundo um de seus grandes amigos e admiradores, Milton Sintoni, (União Imperial) Cidadão Samba/2012, marcou sua trajetória nesta vida pela determinação.
“Ele sempre esteve determinado a passar aos jovens, a importância do samba na cultura brasileira e a importância do ritmo na construção da música e na essência de uma escola de samba. Pesquisador nato trabalhava pela preservação do samba de raiz, do samba no pé e pelo conhecimento da função de cada instrumento numa bateria. Paulão leva consigo um grande segredo: a batida do surdo da Brasil. Ele tornou o agudo do surdo da Brasil, inconfundível”, disse Milton com os olhos marejados.
“A imagem que guardarei para sempre do Mestre Paulão é a de uma linha no horizonte. Simples, competente e preocupado com a formação das futuras gerações do samba de raiz, seu trabalho era um linha no horizonte do samba”.
Paixão – Kelly Cristina Martins, tesoureira da ‘Brasil’, lamenta a morte de Paulão, lembrando que ele, ao longo de seus 44 anos de agremiação, não deixou um dia sequer de se dedicar ao aprimoramento dos mais diversos setores da Escola.
“Ele era movido pela paixão que sentia pela Escola, que no último dia 31 de março completou 65 anos de fundação. A data para Paulão significava muito, é como se ele tivesse nascido com a ‘Brasil’, tão apaixonado que era pelo ritmo. Não escondia o orgulho imenso por ensinar às crianças da Escola Total (programa da Prefeitura de Santos) as nuances dos diversos instrumentos. A família Brasil, ficou órfã”.
(Fotos: Divulgação/Brasil e SPB)